Mineirim no leito de morte, decidiu ter uma conversa definitiva com a sua companheira de toda a vida sobre a fidelidade da mesma:
- Muié, pode falá sem medo... já vô morrê mess e prifiro sabê tudim direitim... - Ocê arguma veiz traiu eu?
- Ô Zé, num fala dessas coisa que eu tenho vergonha....
- Pode falá muié....
- Quero não...
- Fala muié, disimbucha...
- Mió dexá pra lá, Zé.
- Vai, conta...
-Queto Zé, morre em paz...Depois de muita insistência ela resolveu abrir o jogo:
-Tá bão Zé, vou contá, mais num mi responsabilizo...
- Pode contá.
- Ói Zé, traí sim, mas foi só trêis veiz.
- Intão conta sô! Trêis veiz nessa vida toda até qui num foi muito!
-A primera foi quando cê foi demitido daqueli imprego qui ce brigou cum chefe.
- Ué, mas eu fui adimitido dinovo logo dispôis sô..
- Pois é Zé...eu fui lá cunversá cum ele, acabei dano pra ele e ele ti contratô di vorta.
- Ah, muié, cê foi muito boa cumigo...essa traição num dá nem pra leva a mar, foi pela necessidade da nossa famía...tá perdoada. E a segunda?
- Lembra quando cê foi preso pru modi daquele furdunço que cê pron tô na venda?
- Lembro muié, mas num fiquei nem meio dia na cadeia.
- Pois é Zé...eu fui lá cunversá cum delegado e acabei dano pra ele ti sortá.
- Ê muié, isso nem conta também não, a carza foi justa...imagina ficá preso lá um tempão. Ocê nem me traiu, foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a úrtima?
- Lembra quando cê si candidatô pra vereadô?
- Lembro muié...quase me elegeru.
- Pois é... eu qui consegui aqueles 1.752 voto..
segunda-feira, 6 de abril de 2009
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